Somos apenas dados estatísticos?

Não sou contra dados e pesquisas num texto argumentativo. Exponho minha opinião tão bruscamente porque prefiro não disfarçá-la entre linhas e não enganá-los.
Porém, tratar pessoas ou situações como números é, para mim, extremamente antiético. Entretanto, como odeio isso em qualquer área, não generalizo, pois é óbvio que há textos que necessitam de dados. Primo pela essência, pela crítica do senso comum.
A estatística tem como objetivo moldar o aleatório. Por isso, como podemos estabelecer ligações de afeto ou mesmo ação? Ação. Tá aí. Nunca sai do papel. Por quê? Porque somos guiados pela estatística. Cíclico, não?


Tão presente em nossa sociedade, acaba fazendo com que as pessoas não tratem umas às outras como semelhantes, e sim como exemplos distantes, quase nunca presentes, despertando aquele sentimento que determinada situação nunca vai acontecer conosco, e conseqüentemente, incentivando a acomodação. Não que um fato somente poderá ser analisado, criticado ou apoiado caso ele possa acontecer com você, mas quando ele se torna possível, próximo e iminente, nosso senso de ação é aguçado (A gente precisa fazer alguma coisa!).
O texto argumentativo apenas expõe nossas idéias em escrito. Um texto fomentado em dados reflete as nossas atitudes. Com estas nunca somos tratados como algo importante, que possa mudar a realidade. Apenas mais um, ou dois, ou um Brasil.

À propósito, somos mais de 180 milhões, não é? ;D

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